alicerce

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Entre quatro paredes (cap8- Madrugada)

Quando o vento já soprava na direcção da minha pele, o meu olhar brilhou e os nossos lábios soltaram-se. Talvez o tempo tivesse parado mesmo e aquele ambiente todo acolhedor, não passasse apenas de um sonho. A cada passo que dávamos, sentia que o mundo girava à sua volta.
-Gaspar, o que foi isto?
-Desculpa.
Juntos deitámo-nos na relva e não tive coragem, se quer para lhe dizer que aquilo não tinha sido um erro. Aconcheguei-me nos braços dele e disse, contemplando as estrelas:
- Amanhã já me vou embora.
-A distância não transforma aquilo que sinto por ti.
-Isso não é verdade, a distância vai ser sempre um problema.
-Se quisermos.
-Torna-se inevitável, Gaspar.
- Eu estou aqui para mudar isso.
-Mal nos conhecemos.
- O tempo cura tudo, só não cura a saudade.
- Enquanto as duas pessoas quiserem, também cura a saudade.
- Lá está.
Sorri. Ele queria estar comigo, independentemente da distância, independentemente do tempo. Ele queria.
-Vamos jogar um jogo.
-Que tipo de jogo?
-Não és tu que dizes que mal nos conhecemos? É tempo de mudar isso.
- Começo eu.
- Não, eu. Vives com quem?
- Não quero falar disso, Gaspar. Desculpa.
- Temos de confiar um no outro, se queremos que isto dê certo.
-Eu confio, dá-me tempo, só isso. Começo eu. Irmãos?
- Tenho dois, um mais novo e uma mais velha.
***
E ficamos assim os dois, o resto da noite a conversar, até que infelizmente, a Marta me telefona.
-Vem para dentro,. Já é tarde.
- Desculpa amor, não me apercebi que já era tão tarde. Dois minutos.
Fui para dentro e só me lembro de acordar, com uma mensagem linda do Gaspar. 

1 comentário :