alicerce

domingo, 20 de fevereiro de 2011

ajuda-me a ser eu, só eu


Estou farta de percorrer tudo o que me rodeia com um simples olhar. Começo a fartar-me realmente do som dos trovões e de ouvir o meu cão a ladrar, cheio de medo. Estou farta de olhar para o meu telemóvel, acho que vou mesmo desligá-lo. Não vale a pena esperar ou até tentar mais uma vez. Começo a não gostar destes teus desafios. Gostas de me ver sofrer, eu sei, mas uma vez não basta? Deixa-me um segundo. Só quero respirar livremente sem medo que estejas atrás de mim, pregando-me uma rasteira, sem que me aperceba.
Lembraste quando eu te pedia apenas um momento? Agradeço-te por mo teres concebido. Eu devia ter recuado a tempo, não pudeste fazer mais. Avisaste-me com tempo e eu deixei que a minha cabeça comandasse tudo o resto. Afinal, eu só queria um momento. Obrigada.
A hora estava prestes a chegar e eu já não aguentava. Podia recuar, repito. A minha teimosia não dá para mais. O meu estado de humor não estava senil e eu, muito menos. Preferi arriscar a manter-me no meu canto. Agora estou assim. Mais uma vez, perdida. O pior de tudo, é mesmo teres feito com que me esquecesse de tudo o que tinha para dizer, de tudo o que tinha para fazer. Não gostei que incumbisses em mim um sentimento que não estou habituada a sentir, seja em que altura for. Podias ter-me feito passado por isso, antes, para que eu soubesse como agir.
Agora eu vou tentar recuperar, o que tu me obrigaste a perder e me ajudaste a conquistar. Só te peço uma coisa, para a próxima, ajuda-me a ser eu. Só e apenas eu.

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