alicerce

sábado, 19 de fevereiro de 2011

futuro


Já há algum tempo que o vento não soprava nesta direcção. Tenho medo da tempestade que se aproxima e da primavera que passou. Os pássaros deixaram de me cantar aos ouvidos com tanta força e passaram a embalar-me junto de um arbusto.
 As nuvens persistem em se aproximar e até há muito pouco tempo, consegui mantê-las distantes do meu arvoredo. Mas infelizmente elas são imponentes e aniquilam-me sem muito esforço. Odeio realmente que a vida me pregue estas partidas. Odeio a primavera e o inverno, odeio quando os pássaros estão prestes a embalar-me e odeio ainda mais quando o som da chuva está a transmitir-me a paz de que necessito. Não gosto de sorrir para o céu quando este está prestes a apunhalar-me com uma simples chuvada. A vida insiste, insiste em fazer-me uma outra pessoa.
Gostava da minha pessoa, da persistência e sobretudo do êxito. Gosto do meu sorriso e do modo como me exponho aos sonhos e às realidades.
Vou pensar, again.
Talvez eu tenha exposto demasiado isso mesmo e esteja a culpar esses simples gestos. Vou repensar, só mais uma vez o meu futuro. Tenho pouco tempo, já que o futuro é mesmo daqui a um simples segundo.

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