alicerce

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

passado que tanto amei,


Está-me a custar imenso. Está-me a custar imenso ver-te fugir ao longo da costa agitada. Confesso que estou a perder as forças, a fracassar. O meu olhar já se encontra fatigado de tanta vez que te tentei ver, sentado ao meu lado, sorrindo para mim, contando-me um conto. Fazes questão em aparecer ao longo dos meus sonhos, enquanto me contas a história de um destino. Tentas efectivamente que me relacione com o tal conto, dizes que eu sou dele e que ele é meu.
Começas por me mostrar o final da história, citando sempre tudo, com o sorriso mais profundo que pude observar. Dizes-me que ela e o rapaz ficam juntos e que não sabem viver um sem o outro. Obrigas-me a contar todas as lágrimas derramadas ao longo do conto para que eu aprenda com os erros, para que eu sofra tal e qual, ou mais do que ela. Gostei especialmente da altura em que referiste o facto de a rapariga ser envergonhada, de estar completamente doida com o tempo e de não se sentir bem. Pelo que me contaste, o rapaz tem mesmo bom coração, dou-lhe valor. Mesmo depois de a rapariga não ter mostrado o seu estado real diante dele, ele persistiu e mostrou o impressionante valor que é capaz de plantar num ser.
Confesso ficar emocionada enquanto, durante esses mesmos sonhos tentas transparecer uma realidade à qual não estou habituada.
Dou por mim acordada, chamando o teu nome e esperando que apareças. Decido levantar-me, olhar-me ao espelho e aperceber-me que mais uma vez, o conto se foi. Foi-se o conto e tudo de bom do que ele me trazia. Eu estaria disposta a lutar, se tu também estivesses. Eu estaria disposta a sorrir para ti diariamente se o meu sorriso te transmitisse paz, paz e serenidade. Serenidade que tu escolheste terminar com o primeiro acto repulsivo. Lembro-me de insistir em manter-te junto de mim e de, no final esse esforço dar resultado. Acho que desta vez não vale a pena, porque já antes me disseram: a reciprocidade é realmente importante.
Prefiro embalar-te agora eu. Embalar-te nas minhas pernas e ouvir o teu ressonar de leve. Acho que me bastaria, para sonhar.
Por vezes tenho medo deste mundo e do outro, confesso odiar cada vez mais as falsidades e rodeios que tudo isto implica mas, mesmo assim prefiro desistir. Errar, eu não errei. Talvez tu também não o tenhas feito, mas ao contrário de mim… eu falei, eu expliquei.
Cansar-me? Eu não me cansei. Prefiro apenas que me dês as provas do passado que tanto amei.

Sem comentários :

Enviar um comentário