alicerce

sábado, 9 de dezembro de 2017

Vivamos os dias como se fossem os últimos

E aqui estou eu: parada no trânsito. Obrigada a permanecer aqui por força da vida, forçada a pensar nas variadíssimas coisas que tenho para fazer e no tempo que estou a perder, aqui. Mas resta-me outra opção? Sempre posso parar aqui o carro e seguir a pé. Deveras melhor sentir a brisa na cara, o cansaço nas pernas e ouvir a voz do vento, no entanto, a responsabilidade diz-me que não posso e aqui fico. Tempo desperdiçado ou não, eis que aqueles pensamentos lunáticos e tristes surgem. Quero afastá-los mas não consigo.

Já devem ter passado no mínimo duas ou três semanas desde que este impasse louco me surgiu e com ele veio aquele sentimento arrojado de mudar. De aproveitar, de viver. Não sei quanto tempo passou porque na verdade quase não o vi passar Tentei aproveitar todos os segundos mas alguns escaparam-se pelos dedos. Oh tempo volta pra trás.
O pensamento negativo, associado a esta perda de tempo incessante que todos vivemos, naquele dia foi aquele pensamento de saber que a vida muda num segundo. Aquele sentimento de compaixão por quem muda num segundo sem sequer querer. Uma tristeza talvez um pouco tola mas sincera.

Vivamos os dias como se fossem os últimos. Não só porque passam a correr mas porque um dia percebemos que já não somos os mesmos que fomos há dez ou vinte anos. 

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