alicerce

domingo, 2 de abril de 2017

"Ó gente da minha terra"

"Ó gente da minha terra, agora é que eu percebi... Esta tristeza que trago foi de vós que a recebi"
Hoje, pela primeira vez na minha vida, parei ao escutar este fado. E não é que tantas vezes o ouvi, tantas vezes o cantei e apenas hoje me deparei com a essência do mesmo. Fiquei perplexa. Uma canção imortalizada pelo peso da tristeza que vincula na voz de alguém. Um sofrimento interno tão forte que é capaz de se transgredir através da fala.
Fico sem palavras mas tenho mil e um pensamentos a rolar pela minha cabeça. Não sei por onde começar.
Este é um dos maiores dilemas do ser humano. Viver para si na tentativa de que o mal externo a nós não nos afete. Por exemplo, numa desilusão amorosa em que temos de dar uma palavra de apoio a um amigo a primeira das coisas que dizemos é "pensa em ti". Impossível de se viver tão linearmente assim, certo?!
Por todo o mundo, quase que me sujeito a dizer, a maior parte da tristeza que um ser humano carrega é uma tristeza exterior. Porquê? Não é justo. E neste momento oiço uma voz dentro da minha cabeça a dizer "é a vida". Mais uma infelicidade da vida. O facto de sermos seres pensantes que se relacionam e nutrem sentimentos uns pelos outros.
Quero redirecionar esta conversa para outra área. Não faz sentido falar na tristeza se fazemos tanto esforço por nos libertarmos dela. Vamos falar dos sentimentos bons que sentimos uns pelos outros, ao invés de falar dos sentimentos negativos que os outros conseguem causar em nós. Vamos falar do amor, do carinho, da amizade, da paz entre comunidades. Esse sim é um tema a ser falado, analisado e contemplado. O sentimento que nos une e que nos faz mover montanhas. O sentimento que nos traz um sorriso automático no rosto exatamente no momento em que vemos "aquela pessoa". Vamos olhar para o lado e sorrir pelas coisas boas que os outros nos dão e continuar a tentar ignorar as coisas más. Boas energias atraem Boas energias.
Vou tentar voltar a ouvir esta música com uma mensagem positiva e sorrir quando a ouvir. Sorrir pelo valor que eu lhe quero colocar e não pelo que querem que lhe coloque. Não se esqueçam que as coisas têm o valor que lhes queremos dar.

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