alicerce

domingo, 5 de fevereiro de 2017

"Um pouco mais de fé" Patrícia Costa Dias

Uma história absolutamente contagiante. Estou a começar a escrever e sinto as palavras a fugirem-me pelas mãos.
                Esta história verídica é a história de vida de uma rapariga que sofre de bulimia. Apesar de este ser o foco principal, porque esta doença condiciona a vida desta rapariga por completo, são abordados outros mil e um temas que me fizeram pensar e olhar à minha volta de uma maneira diferente. Amor, dinheiro, saúde, tristeza, agonia, desespero, autocontrole, afeto, bem-querer, vaidade, energia, alimentação, exercício físico, bem-estar mental, fé. São alguns dos mil e um temas que vão sendo relatados, na primeira pessoa, de uma forma que nos faz realmente pensar quais são os nossos valores pessoais e quais os valores que queremos ter.
Fala-nos do amor por Deus de uma forma completamente distante do que estamos habituados ouvir. Fala-nos de um Deus múltiplo, de um Deus bondoso, amigo e carinhoso. Esta crença, associada ao budismo pela meditação, ligada à não violência, ao amor próprio e ao amor pelos outros.  
É abordada também, de uma forma drástica, associada à doença da bulimia, a verdadeira importância do dinheiro nas nossas vidas. A forma como este nos consome, como nos torna em pessoas frias, determinadas, calculistas e sem escrúpulos. Este é o meu ponto de vista. Na verdade, este tema é associado à doença e contado de uma forma tão sofisticada(?) que no momento não sentimos que estamos a abordar esta problemática, mas mais tarde, deparamo-nos com a nossa mente completamente mergulhada nesta problemática. Mas alguém vive sem dinheiro hoje em dia? Não, não temos como o fazer, mas podemos tentar não ver o dinheiro de forma ambiciosa, ou pelo menos, não o pondo completamente à frente dos valores principais da nossa vida: amor e saúde.
                Confesso que no início não gostei de não poder “delinear” as minhas leituras, uma vez que o livro não tem capítulos. Costumo ler os livros por capítulos e adoro estar “organizada mentalmente” quando estou a realizar alguma tarefa. Apesar disso, lendo umas dez ou vinte páginas, senti-me completamente emergida nesta problemática. Olhar para esta doença de tão perto fez-me perceber o quão difícil será viver com ela e pensar também como se pode ajudar alguém que esteja a viver este problema, uma vez que, muitas vezes, está tudo tão mais perto de nós do que imaginamos.
                Aconselho vivamente esta leitura, abrange tantas áreas, por ser associada a uma vida, que aprendemos de tudo um pouco, lendo-o. Estou deliciada, mas triste porque fechei a última página. 

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