alicerce

domingo, 7 de agosto de 2011

11 # Carta para uma pessoa falecida com a qual gostavas de falar

À pouco tempo sonhei contigo, tive aquele súbito impulso de procurar a tua campa e de ficar lá uma tarde inteira a relembrar-te. Já que não posso relembrar-nos porque as poucas memórias que tenho são mais tuas do que propriamente nossas.


Lembro-me de quando era pequenina, já tu estavas preso àquela cama miserável. Mal te ouvia falar, mal de via mexer, mal te via comer. Lembro-me de uma vez, quando provavelmente já não vias o sol à meses, te ajudaram a erguer e foste de cadeira de rodas até à eira. E lá estavas tu a contemplar tudo aquilo que provavelmente pensavas nunca mais ver.

Não convivemos muito, mas eu amo-te. Amo-te à minha maneira.

4 comentários :

  1. O "Amo-te à minha maneira" é certamente uma influência extremamente positiva que a convivência com a senhora Eduarda Santos te proporcionou ...

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  2. talvez indirectamente ... por vezes à ensinamentos que nos são inseridos e que não fazemos ideia que o são

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