alicerce

domingo, 31 de julho de 2011

não te conheço

Acidental, tardio, recente é isto que define aquilo que já passamos. É estranho como foste das poucas pessoas que me soube envolver em tão pouco tempo. Envolver numa conversa com princípio, meio e fim. Envolver num som diferente que perdurava ao longo de gerações passadas. Envolver em palavras, sons e formas que passaram a estar bem claras na minha mente.

Se eu fosse a ti, desde o primeiro dia, perguntar-me-ia o porquê de eu falar contigo. Afinal foi tão estranha a nossa primeira palavra como a última. Não por seres diferente, mas por seres igual. Decidi deixar rolar algo que poderia bem ser uma grande amizade. Pode dizer-se que temos começado mal, pode dizer-se que ambos não estamos para aí virados. Ou estamos? Parece que já é pelo menos a terceira vez à qual me deparo sobre esta questão. Esta simples questão. És uma pessoa completamente normal, pela qual à partida não me chamaria à atenção mas tu chamaste. Não faço ideia de que modo mas confesso que chamaste.

Há uma coisa que precisas de saber, não gosto que me julguem e tão pouco me atirem coisas à cara que não são realidade. É difícil entender-te. Mas explica-me, explica-me como é que queres que eu te entenda se não te conheço? Não sei que antepassados te transportam, que cicatrizes te ferem, que medos te afogam, que pecados te invadem. E tu sabes o mesmo de mim, se calhar até menos. É o que parece. Mas de uma certa forma me soubeste marcar. Pelo modo como te incendeias numa fogueira que parece uma simples vela prestes a arder. Acho que sabes do que falo. Falo da forma mais inocente em que mudas da solidez para o desespero. Sou pequena, mas esperava que entendesses a minha grande alma. São poucos anos de vida, mas muitos de sofrimento que por mais que não pareçam, mudam tudo. Podias aprender um pouco comigo, se te livrasses desse orgulho permanente.

Afinal, eu dei-te a entender que te ensinava sem que me desses nada em troca. Mas como costumo dizer, cada um faz as suas escolhas.

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