alicerce

quarta-feira, 30 de março de 2011

Entre quatro paredes (cap6- Será que vale a pena?)

Pelo caminho, aquele friozinho não passava e mais ao menos de cinco em cinco segundos ele insistia que tinha de fixar os seus lindos olhos, sobre mim. Quase não falei, tive medo dos disparates que pudesse dizer. Ele sorriu durante o caminho inteiro. Mas no que estaria ele a pensar? Confesso que tive vontade de lhe perguntar, mas a pergunta poderia tornar-se um pouco intrometida. Afinal , cada um é livre de pensar aquilo que quer.
-Chegámos linda.
-Sim, obrigada Gaspar – sorri.
Saí do carro e nem tive coragem de o cumprimentar, tive medo do que pudesse ou não acontecer. Por mais que eu quisesse ou não. Estava muito confusa naquele momento, não sabia o que pensar. De repente o telemóvel toca. Marta?
Não, era o Gaspar.
-Era só para não te esqueceres do nosso encontro logo.
-Ainda é para nos encontrarmos?
-Não queres? Tipo, se não
Interrompendo-o.
-Eu não disse que não queria, aliás eu quero e muito, Gaspar.
-A sério?
-Sim, logo à mesma hora.
Desliguei de seguida. Fiquei boquiaberta comigo mesma, como poderia eu ter dito aquilo? Sem gaguejar, sem atropelar palavras sucessivamente? Será que ele teria ficado com mau aspecto? Decidi falar com a Marta, ela conhece bem o Gaspar.
-Marta? Disse ao Gaspar que queria estar com ele.
-A sério? – largou os livros e veio sentar-se ao meu lado, na sua cama – conta-me tudo.
-Não foi nada de mais, encontrámo-nos no rio e ele veio trazer-me. Depois ligou-me a dizer que queria estar comigo na mesma logo mas respondi-lhe torto e para me redimir disse que queria estar com ele.
-E queres mesmo?
-Claro, se não quisesse não tinha problemas em dizer. Mas tenho medo de me magoar.
-Acho que já ouvi isso em algum lado. – sorriu - é assim amor, se não arriscares não vais saber. Mas garanto-te que o Gaspar não é desses rapazes que estás a pensar. E se isso acontecer, eu vou estar aqui, como sempre, para te apoiar. – abraçámo-nos.
-Obrigada prima.
***
E estávamos ali os dois, frente a frente, como se o tempo tivesse parado para nos ver. De noite, parecia que o mundo era só nosso.  

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