alicerce

domingo, 5 de dezembro de 2010

The mirror



Quando paro um pouco diante o espelho, parece que o mundo muda, parece que há outro lado da vida. Pode ser das coisas mais ridículas, mas sou capaz de parar horas e horas a olhar o espelho, imaginando acontecimentos, contemplando rostos. Não é só pelo facto de olhar para os meus olhos e ver o rosto do meu pai ou olhar a forma da minha face e ver a minha mãe, não. Quando me olho ao espelho consigo sorrir sem fim, consigo imaginar acontecimentos do passado e relacioná-los com todas as situações do presente. Não é ser possessiva.
Quando eu era pequenina amava contemplar fotos (minhas) em bebé junto da minha cara e comparar todos os traços, todos os brilhos. Mas ainda hoje dou por mim a sorrir perdidamente sobre as minhas fotografias, lembrando-me da minha ignorância da altura e desejando manter-me assim por muito tempo. A minha vida deu reviravoltas incríveis que eu já mais imaginaria que houvessem. Desapareceram pessoas que permaneciam comigo desde a minha infância, outras ainda permanecem comigo e há ainda pessoas que nunca imaginei conhecer. Mas o passado já não importa! Tal como já citei anteriormente, aprendi a dar valor a quem realmente se preocupa comigo e àqueles que por mais não saiba quem são, vou aprender a saber.
O espelho? Esse caminhou ao longo da minha vida sempre por perto, porque é mais do que uma simples reflexão do que existe, é também uma reflexão daquilo que não há e daquilo que já houve. Diante dele não vejo apenas o meu rosto, vejo e imagino também o de todos os que me rodeiam e imagino acontecimentos incompreensíveis.
A verdade é que para muitos pode ser estranho, mas para mim o significado está bem nítido.

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