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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A idade dos "is"

Entriste-me loucamente o modo como os "adultos" se relacionam. Parece que lhes escapou pelos dedos toda a essência que ser adolescente nos traz. Tal como a infância é a altura da descoberta, a adolescência é a altura de pôr todos os pontos nos "is" visando construir a personalidade futura do indivíduo. E é nesta altura que surge o amor. Aquela coisa que a todos nos falta palavras para explicar, aquela coisa que nos move a todos e que nos faz procurar a essência da vida... A certa altura até pensamos que o mundo cai se deixamos de ter essa pessoa ao nosso lado, mas aí a vida dá-nos um empurrão e mostra- nos que para vivermos o essencial é apenas termo - nos a nós.  E vamos construindo assim muitos pensamentos e filosofias em torno do que é viver, achando - nos donos da razão, do pensamento e das filosofias que irão fazer de nós grandes seres. Mas o que me enlouquece mesmo, é ver que de nada serviu esta altura do descobrimento. A idade adulta chega e é época de casar, ter filhos, constituir família, fazer todas as viagens que possam e o tempo vai passando e as ideias vão - se apagando, as pessoas vão - se acomodando a ter alguém ali. Ali? Ali ao lado, ali na cama, ali na sala, ali a trabalhar, ali simplesmente. Porque toda aquela euforia de a ver, todo o entusiasmo que o verão contagia a essas pessoas, todo o amor que as faz viver, todas as gargalhadas que partilhavam juntos, desaparece. Acomodam - se e deixam que tudo vá sem que nenhum deles se aperceba e tente conversar e o mais importante, sem que nenhum deles tente mudar a vida monótona,  triste e já praticamente delineada que ambos decidem ter.
Agora, talvez por ser adolescente ou ter uma visão incrível do amor, eu só quero mante-lo para o resto dos meus dias, alimentá-lo todos os dias e fazê - lo existir para sempre. Tal e qual como uma mãe que ama as suas crias, ou até mesmo como um homem que ama o seu grupo de futebol, e até mesmo como uma mulher que ama a sua melhor amiga. Eu quero viver de amor e alimentar todos quanto possível dele. Porque pode não existir dinheiro,  comida, casa e roupa mas se houver amor... Este é o primeiro passo para a revolta do globo... encontrarem o amor, seja na mulher, no filho, no cão ou no piriquito... O essencial é procurar encontrá - lo e sobretudo, tentar manter o que for verdadeiro porque o que não for... Há que saber identifica-lo para podermos harmonizar o nosso bombeador, encontrando outro.

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