alicerce

sexta-feira, 18 de março de 2011

noite

Ainda me pergunto, a meio da noite refrescante, se te lembras de mim. Não hesito em percorrer aquelas palavras com horror do vazio e os gestos sem fundamento. Tenho pena que quando desenhas o sol, esse se assemelhe à lua. Não és como Deus, que escreve direito em linhas tortas. Já erraste muito e eu persisti.
O teu olhar invoca magnetismo e o teu tamanho assemelha-se à segurança. Já te disse várias vezes, que mesmo no silêncio da madrugada gostava de sentir o teu abraço. Se voltasse atrás faria tudo igual, afinal quem errou foste tu. É tão absurda a forma como nos encontramos e desencontramos em tão ínfimas fracções de tempo. Não sei explicar porque te encontrei e tão pouco porque me marcaste. Talvez o teu toque seja tão leve, que não o consiga sentir. Talvez os teus olhos sejam tão claros, que não os consiga ver. Talvez a tua voz seja tão simétrica ao canto de uma rosa, que não o consiga ouvir. Mas há uma coisa que eu ainda consigo sentir, ver e ouvir. Consigo sentir-te no meu coração, ver-te na minha alma e ouvir-te na minha memória. És incapaz de me retirar, bens que eu possuo desde a primeira vez.
Tenho pena de te sentir distante e saber que na verdade estás tão perto. Quero acalmar esta nostalgia que me afoga sucessivamente e esvaziar a piscina oculta. Devia ser fácil julgar-te perante actos destes, mas eu não consigo, mais uma vez.
A questão ainda não está encerrada e eu só queria uma resposta simples. À qual não encontrarei. És um ser tão obscuro ao qual a nostalgia encontrei. 

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