alicerce

quarta-feira, 2 de março de 2011

clock1- IV

***
Não consegui dizer mais nada até chegar à escola. Mal saí do autocarro deparei-me com o sorriso de um rapaz. Era a primeira vez que o estava a ver e até era bonitinho. Ele era loiro, tinha os olhos azuis e devia medir pelo menos 1,90. Estava vestido com umas calças de ganga, uma T-shirt e um casaco de malha. Deve ser novo aluno, ele e o outro rapaz que está ao lado dele.
Quando estava a passar pelo portão, o ar parecia-me mais tenso do que nunca e uma dor muito forte fez com que me desequilibrasse. Consegui agarrar-me a uma das grades mas mesmo assim, caí.
Não sei quanto tempo estive adormecida. Mas quando acordei, estava deitada sobre um banco do jardim e rodeada por várias pessoas. Não consegui identificar de imediato as sombras que me rodeavam mas parecia-me familiares. Comecei a escutar vozes, que pareciam estar distantes. Senti um toque na testa e lentamente abri os olhos. Estava rodeada pelos rapazes novos e pela Ana, que tentavam com violência que abrisse os olhos.
Levantei-me, levei a mão à cabeça como acto de desespero e ainda um pouco zonza perguntei:
-Como é que eu vim aqui parar?
-Eu e o Guilherme apercebemo-nos que tinhas desmaiado e a única reacção que tivemos foi trazer-te até aqui. – disse o rapaz loiro.
-Entretanto apareci . – Concluiu a Ana.
-Estás melhor? – perguntaram os três em sintonia.
-Sim, só me sinto um pouco tonta, mas isto já passa. – disse na tentativa de não causar preocupação.
- Olá, eu sou o Afonso. – disse o rapaz loiro sorrindo.
-Olá, Carolina. – disse completamente desinteressada em manter um tema de conversa com ele.
Entretanto olhei para o pulso e vi que o meu relógio estava parado. Entrei em pânico, afinal, eu não estava atrasada. Esta correria toda sem razão, ou melhor, por falta de pilhas.
A Ana aproxima-se. 

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