alicerce

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

reflexo


É estranho vires mais uma vez à minha memória.
Não pensei que te usasse para gastar mais palavras, mas surgiu. Tu vieste ao encontro da minha mente e não pude ofuscar aquilo que está realmente à vista. Evito falar de ti e prender-te a passados que permanecem ligados ao presente, já que tu, vais ser sempre o que te considerei, desde o início. Mas hoje, só o teu olhar terno consegue penetrar na minha memória. O teu sorriso desapareceu da minha mente e ficaram os meus sozinhos, rindo das tuas graças que pairavam na memória e só lá. Já não sei o que farei se um dia te vir na rua, caminhando livremente entre as pedras do nosso caminho e de repente me observar reflectida em ti. Não quero que o espelho se quebre e desapareças entre os estilhaços, quero apenas que fiques e que partilhemos o que fomos e cheguemos à conclusão do que já não somos. Melhor do que ninguém deves saber que sempre foste um daqueles que nunca tive, um daqueles que fazia falta junto a mim. Eu ontem orgulhava-me certamente de te colocar no topo da minha lista, onde permaneciam as pessoas mais importantes da minha vida. Hoje, em frente ao teu apelido encontra-se um ponto, um ponto de interrogação. Eu não me interrogo com o que és para mim, interrogo-me com aquilo em que te tornaste e se realmente valerá a pena. Talvez um dia, talvez uma noite te encontre e te peça para te sentares junto do teu reflexo, nas pedras que pisas diariamente e juntos falaremos de um presente.

3 comentários :