alicerce

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

adormeci, finalmente


Estou cheia de frio e não aguento esta pressão. Acho mesmo que vou morrer. Não é possível, isto não pára? Começo a fartar-me do ar gélido a fugir daquelas frinchas que mais parecem grades de uma prisão, mas a verdade é que saem e as sinto na pele. Já é tarde e o meu corpo está a fracassar, começo a bater o dente. Acho que o melhor é mesmo embalar-me num cântico suave, talvez os meus lábios cedam e passem de gélidos, gretados e frios a quentes, suaves e doces. Resultou mesmo, estou bem melhor. Vou rodar um pouco para a direita. Quero dormir! Oh, não aguento, acho que se isto continuar vou ter mesmo de me juntar aos desconhecidos que falam suavemente, e provavelmente já repararam como me sinto cansada e nos meus lábios que se mexem ao som da música. Não me acredito que ainda só passaram dez minutos, faltam duas horas, estou a desfalecer. Acho que vou juntar-me às pequenas. Já oiço cada inspiração e expiração de cada uma delas, o ar é mais quente, mas mantém-se frio. Se não me mover mais um bocado, daqui a uns dias não me mexo. Vou pôr o gorro na cara e tentar, mais uma vez, adormecer neste “ambiente glacial”.  Enrosquei-me e finalmente senti morno na minha pele e preparava-me para sonhar levemente.

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