Mais um ano que te
escrevo e parece ainda ontem o dia em que, pela última vez decidi partilhar contigo
algo por escrito, já que de outro modo mantemos o contacto diário. Tu ligas-me,
eu ligo-te e a distância de quilómetros que nos separa torna-se cada vez menor
aos nossos olhos.
Neste Natal, voltaste
a perguntar-me o que é que eu queria, como desde sempre me habituaste. Eu respondi-te,
muito humildemente, que queria que estivesses aqui ao meu lado. Porque neste
momento, não são os bens materiais que me estão realmente a fazer falta. És tu.
É um ombro do sexo oposto ao qual eu posso olhar e depositar todos os meus
medos, porque eu sei que ao teu lado me sentirei sempre segura. É um olhar que
me acalme nos momentos de inquietação e uma palavra que me revolte nos momentos
de serenidade. É uma voz solene que me reprima quando eu estiver prestes a
debruçar-me sobre um abismo e, quem sabe, um ser humano cheio de amor para dar.
No Natal passado
falhas-te. Decidiste refugiar-te nessa tua casa ambulante e contemplar a tua
princesinha através de um sólido, em vez de a poderes abraçar e observares como
o seu crescimento está cada vez mais alucinante. Sabes, nessa noite lembrei-me
de ti. Várias vezes por sinal. Quero acreditar-me que te lembraste também, já
que fizeste questão em mo dizer.
Pensa seriamente na
hipótese de vires, pensa com carinho. Vem, por mim. E todas essas dúvidas que
possam estar a surgir na tua mente, apaga-as. Pensa que vens ver aquilo que
tens de mais precioso, como me costumas dizer. E nunca te esqueças que não há
nada que possa comprar a tua presença ao meu lado, o teu abraço de chegada e
até o teu abraço de partida. Faz com que isto passe de uma utopia e vem.
P.S.: Amo-te, pai.
i like it :)
ResponderEliminarthanks :D
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