alicerce

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

olá pai natal



                Mais um ano que te escrevo e parece ainda ontem o dia em que, pela última vez decidi partilhar contigo algo por escrito, já que de outro modo mantemos o contacto diário. Tu ligas-me, eu ligo-te e a distância de quilómetros que nos separa torna-se cada vez menor aos nossos olhos.
                Neste Natal, voltaste a perguntar-me o que é que eu queria, como desde sempre me habituaste. Eu respondi-te, muito humildemente, que queria que estivesses aqui ao meu lado. Porque neste momento, não são os bens materiais que me estão realmente a fazer falta. És tu. É um ombro do sexo oposto ao qual eu posso olhar e depositar todos os meus medos, porque eu sei que ao teu lado me sentirei sempre segura. É um olhar que me acalme nos momentos de inquietação e uma palavra que me revolte nos momentos de serenidade. É uma voz solene que me reprima quando eu estiver prestes a debruçar-me sobre um abismo e, quem sabe, um ser humano cheio de amor para dar.
                No Natal passado falhas-te. Decidiste refugiar-te nessa tua casa ambulante e contemplar a tua princesinha através de um sólido, em vez de a poderes abraçar e observares como o seu crescimento está cada vez mais alucinante. Sabes, nessa noite lembrei-me de ti. Várias vezes por sinal. Quero acreditar-me que te lembraste também, já que fizeste questão em mo dizer.
                Pensa seriamente na hipótese de vires, pensa com carinho. Vem, por mim. E todas essas dúvidas que possam estar a surgir na tua mente, apaga-as. Pensa que vens ver aquilo que tens de mais precioso, como me costumas dizer. E nunca te esqueças que não há nada que possa comprar a tua presença ao meu lado, o teu abraço de chegada e até o teu abraço de partida. Faz com que isto passe de uma utopia e vem.
P.S.: Amo-te, pai. 

2 comentários :