alicerce

sexta-feira, 22 de abril de 2011

poor innocents

Já há muito tempo que não sentia tantas saudades tuas. Virar-me-ia contra ti noutras circunstâncias e pedir-te-ia para que voltasses para esse lugar sombrio, onde insistes em viver. Não suporto estar contigo uma única semana a fio. É injusto, eu sei. Talvez seja eu a culpada, talvez tenham sido as tuas atitudes que me fizessem pensar que já não valeria a pena tentar lutar contra aquilo que já está construído à imenso tempo. Eu amo-te, não duvides disso.
É inacreditável como de cada vez que me olho ao espelho vejo os teus olhos nos meus, os teus cachos no meu cabelo, os teus traços tardios desenvolvendo os meus traços novatos. Somos mesmo assim, sangue por sangue. Sem tirar nem pôr. Tenho pena que o nosso passado tenha sido assim e que, no futuro, tudo continuará como foi. Afinal tu escolheste que iria ser assim. Fizeste-me chorar lágrimas a fio, até que aceitasse que assim iria ser. Vens e voltas quando queres. Fazes questão em mostrar-te o mesmo homem ao longo dos anos, mas eu sei que já não o és. O teu olhar está mais negro, apesar de sobre mim, continuarem a mostrar a mesma ternura. Eu sei, eu sei que lá no fundo continuo a ser aquela que sempre te habituas-te a ver. Podia contar-te tudo o que me aconteceu durante estes anos. Sei que não acreditarias. Afinal, cada um faz as suas escolhas. 

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