alicerce

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Espera


Gosto do nosso passado. Não é um hábito escrever-te, aliás nunca foi. Sempre fomos muito directos, sem tabus nem meias palavras. Sentia-me bem ao teu lado, apesar de estarmos sempre a discutir e demonstrarmos o amor que possuíamos um sobre o outro. O nosso sentimento mútuo encantava-me mais do que a ninguém. Achava piada quando nos questionavam sobre as nossas saídas, as nossas discussões ou até sobre os abraços e carinhos. Gostava de nós. E quando vieste para mais próximo de mim (confesso que nunca demonstrei isso) fiquei incrivelmente feliz, não só por deixar de falar com as paredes como porque isso poderia fortalecer a nossa amizade.
Foi assim, eu estava certa. Passei a considerar-te mais do que um mero amigo, eu confiei-te quase tudo acerca da minha vida. Como já citei anteriormente, gostava de nós.
Sei que sabes que não te contei as razões nem a alteração que se deu na minha cabeça. Um dia saberás. Mas não era minha intenção desiludir-te, muito menos, desta maneira absorta. Não te quero ver sofrer.
Não te quero ver sofrer por ninguém (nem admito que tentem) mas principalmente por mim. Não tenho esse direito sobre ti. Sempre fizeste tudo o que estava ao teu alcance para me pôr um sorriso no rosto e sempre me limpaste as lágrimas que tentavam desencontrar-se dos meus olhos. Vou contar-te tudo, todos os pormenores, não quero que me deixes.
Tens razão, tens razão para agir desta maneira, odiar-me com todas as forças. Mas não me deixaste falar, interrompeste-me e enquanto te induzes em erro, eu culpo-me ferozmente. Talvez mereça mesmo perder-te para realmente te dar valor, mais valor do que aquele que te dava. Mas como humana que sou, errei.
 Errei sem razão, agi porque quis e tu sabe-lo bem. Não há desculpa, cito com toda a certeza. Eu diria o mesmo anteriormente (sem representar).
Não tenho mais nada a dizer, vou quebrar os tabus. Só te peço que esperes porque na verdade, eu sei que ainda não foste.

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